Aos poucos, Haryel vai percebendo que o assassino é fundamentado em filosofias taoístas e zen-budistas. Aliás, toda a trama tem um lado esotérico e sobrenatural. O assassino, que só age em dias chuvosos, deixa sempre um bilhete com mensagens filosóficas junto aos corpos.
"Viva a vida, pois ela é muito preciosa. A verdade é que cem milhões não valem um minuto sobre a Terra."
Porém, o autor soube com maestria fechar cada capítulo nos amarrando à história. Você fica com o coração aos saltos para saber o que vai acontecer. No capítulo seguinte ele esclarece aquela situação, mas já lança outra que nos prende igualmente. Você não consegue largar e quando vê leu tudo rs
Em diversos momentos, você tem certeza que descobriu quem é o assassino, mas aí surge uma pista inocentando-o e você volta à estaca zero. Para em seguida voltar a desconfiar das mesmas pessoas. Uma loucura.
É uma obra com vários pontos positivos e negativos que, no balanço geral, nos dá uma história gostosinha de ler, sem grandes pretensões.
Enfim, tem várias filosofias superficiais a cada página, uma linguagem excessivamente informal em boa parte dos diálogos, o que acaba deixando a leitura meio esquisita, além de alguns erros de português (o autor gentilmente me explicou alguns erros meus, mto atencioso!). Mas também tem cenas de intenso suspense que nos deixam realmente apreensivas, além de manter nossa atenção do começo ao fim.
Por isso tudo, acredito que vocês devam dar uma chance a esse autor. Ando garimpando as livrarias atrás de escritores nacionais e tenho encontrado muita coisa legal. E quanto mais espaço dermos a eles em nossas estantes, com certeza, mais deles aparecerão.
Beijo, boa leitura e até semana que vem!