O livro conta a história de Henry e sua mulher, Clare. Henry sofre de uma doença genética que o faz viajar no tempo sempre que submetido a fortes emoções, cansaço, estresse, piscar de luzes etc., sem poder controlar. São viagens curtas, umas mais, outras menos e ele pode tanto avançar 3 dias, quanto voltar 100 anos, nos mais diversos lugares, Ohio, Filadélfia, riacho, estrada, escola, sua própria casa. Quando desaparece pode ficar poucos minutos fora e lá em outro tempo, onde ele estava, passaram-se horas ou até mesmo dias. |
Falei já aqui no blog sobre como eu sou fascinada pelos inúmeros mecanismos que levam os personagens a fazerem tais viagens. Seja através de objetos materiais ou não, é sempre uma surpresa descobrir o que desencadeia esse transporte para outro tempo, outra realidade, outro ângulo para se enxergar a vida.
A narrativa é toda intercalada, partes contadas por Clare, outras por Henry. O que deixa tudo muito mais interessante porque você conhece o ponto de vista dos dois. O que fica e o que vai.
A narrativa não é linear. Ou semi linear (acho que não existe esse conceito, mas tudo bem). Não temos um retorno ao passado e lá as coisas acontecem dia após dia sucessivamente, como em Perdida. Henry vai dando saltos, indo e voltando, sem seguir uma cronologia. No começo o livro é um pouco confuso, você não faz ideia de como os acontecimentos se desenrolam, mas aos poucos as coisas vão ficando incrivelmente claras. E você se pega em muitos momentos fitando a parede e pensando “ah, então era isso que tava acontecendo lá trás!”. Eu amei o estilo de escrita da Audrey. É muito madura a forma como ela desenvolve tudo.
A história começa em 1991 que é quando Henry conhece Clare. Ela tem 20 anos e já o conhece, pois durante toda sua infância recebeu visitas dele com as mais diferentes idades. Ele a visita exatamente 152 vezes entre 1977 e 1989, porém não lembra dela no presente porque estas viagens, apesar de estarem no passado de Clare, estão no futuro de Henry.
Viajar no tempo é tratado como patologia mesmo, como o câncer é. Quando Henry faz essas viagens sente muito enjôo. Esta doença vai minando sua saúde cada vez mais. Além dessa questão tem também o eterno esperar em que vive Clare, ansiosa, preocupada, sem saber quando Henry volta, se estará machucado ou até mesmo se voltará.
O livro é todo carregado de emoção. Não mostra uma história idealizada de viagem no tempo para conhecer o grande amor, mas sim todas as alegrias e mazelas que existem na vida de qualquer pessoa. Nem tudo são flores, mas os personagens estão tentando aprender a viver com tudo isso. Compartilhando os bons momentos e tentando ser um suporte um ao outro quando as tristezas e dores fazem sua visita. LINDO, LINDO, LINDO!!! Dá até vergonha de sonhar com uma vida perfeita, nos sentimos uma menininha boba agindo assim. Passamos a sonhar em enfrentar os problemas tendo ao lado alguém que seja nosso porto seguro.
É uma bonita visão do amor que resiste a tudo. Tudo mesmo.
Super indico!!! Uma leitura madura, romântica e emocionante. Vale a pena!!!
Beijo
Até a próxima semana, com nova temática...