Connie é uma estudante de história que está prestando exame para admissão no doutorado. Ela é altamente organizada e metódica. Adepta das instituições estabelecidas, vê na sua vida acadêmica a razão maior de sua existência. Grace, sua mãe, é o seu extremo oposto: hippie, esotérica, paz e amor, intensa, com um estilo de vida new age. Isso causou um imenso distanciamento entre mãe e filha. |
16 Comments
Ainda no tema volta às aulas quero compartilhar algumas ideias tiradas de um trabalho desenvolvido ainda na época da faculdade, em que escolhi analisar aspectos geográficos dentro dos romances ficcionais, unindo assim minhas duas maiores paixões de estudo.
Sim, a literatura oferece um leque valiosíssimo e extraordinário de formas de se conhecer e entender os conceitos da ciência geográfica. Para quem não é muito familiarizado com geografia, saiba que não cabe a ela apenas descrições e coordenadas. Através da leitura de um texto literário podemos formular análises espaciais complexas, que dão conta não apenas da descrição física dos lugares e espaços vividos com suas diferentes paisagens, como também nos trazem a cultura local, com seu modo de vida expresso no cotidiano.
O geógrafo em questão, Al Idrisi, realmente existiu, no século XII. Geógrafo real do rei da Sicília, Rogério II. Neste romance foi designado a produzir um mapa do mundo conhecido e saiu numa longa viagem para este fim. Logo que sai, um ladrão entra em sua casa, encontra um baú com alguns objetos esquisitos dentro e rouba seu conteúdo.
Diferente dos dias de hoje (olha a mágoa), os geógrafos eram figuras importantíssimas. Por esse motivo, quando o tio do ladrão, que é também um experiente ladrão, fica sabendo que o sobrinho teve seu rosto visto ao roubar a casa da figura ilustre do geógrafo do rei, fica desesperado para mandá-lo para longe, pois sabe que coisas horríveis podem lhe acontecer. O ladrão-tio usa da sua influência para conseguir que um mercador genovês conhecido seu dê carona a seu sobrinho para algum lugar bem longe dali. O mercador aceita, mas quando chegam no destino exige que o ladrão deixe como pagamento as relíquias que roubou de Al Idrisi, podendo ficar com apenas uma. Durante os quase novecentos anos que se seguiram essas relíquias foram se perdendo. O texto de hoje é interessante, entre outros motivos, porque deixa bem claro qual é o estilo que o blog vai seguir e o que se pode esperar dele. Como vocês devem ter percebido pelos livros já resenhados, é a literatura de entretenimento.
Essa categoria (vamos dizer assim) dentro da literatura, ainda é bastante discriminada. A chamada literatura de entretenimento é aquela voltada para as massas, de mais fácil compreensão e que tem por finalidade entreter. Claro que aqui não estou falando de uma qualidade questionável, de obras mal escritas ou algo assim. Da mesma forma que quando algum defensor da música popular não está enaltecendo a produção musical da Calcinha Preta (me desculpem os fãs!), e sim o bom samba de Cartola e Martinho da Vila ou a MPB de Chico Buarque e Elis Regina. |
Arquivos
Maio 2015
Categorias |